Capítulo 3 – Viagem de trem rumo aos Alpes suíços
Entre trilhas, chuva, hospitalidade e paisagens de tirar o fôlego: nossa passagem por Lauterbrunnen e Interlaken foi breve, mas cheia de descobertas.
Chegamos ao terceiro capítulo dessa jornada, e agora era hora de seguir rumo à encantadora Suíça. Foi também o momento de embarcar no nosso primeiro trem internacional — o famoso SBB CFF FFS. Confesso que foi um pouco estranho no começo (risos), porque a gente não sabia exatamente como tudo funcionava. Mas rapidamente conseguimos nos localizar e entrar no clima da viagem.
Lá dentro, o trem era espaçoso, organizado e até confortável. O mais marcante, porém, foi a experiência de ver esse gigante de ferro chegando na estação. Uma sensação totalmente nova pra nós! Filmei cada detalhe dessa hora — e claro, esse momento vai estar nas redes pra você acompanhar tudo junto comigo, como se estivesse lá também.
Assim que partimos, colamos na janela. Tudo chamava a atenção: o cenário, as paisagens, a sensação de estar entrando na Suíça pela primeira vez. E não demorou muito para começarmos a ver aquele país dos sonhos se desenhando diante dos nossos olhos.
Foi surreal. Lindo de verdade, desde os primeiros quadros que vimos pela janela: aquelas casinhas típicas sem muros (que eu acho encantadoras!), os campos incrivelmente verdes, o céu limpo, e o sol destacando tudo de forma mágica. A cada curva, um suspiro.
Com certeza, foi amor à primeira vista — e já sabemos que vamos voltar muitas vezes.
No meio do caminho, um imprevisto: alguém abriu a porta de emergência do trem, o que acabou travando o sistema e nos atrasando um pouco. Pra completar, pegamos uma chuva leve antes de chegar ao nosso destino final. Mas nada disso abalou o encantamento. Quando enfim chegamos ao Vale de Lauterbrunnen, o tempo já estava firme, com sol, e a paisagem parecia saída de um cartão-postal.
Descemos na estação e fomos caminhando até o nosso hotel, o aconchegante Chalet Rosa. O trajeto foi simples — já tínhamos conferido pelo Maps que era só seguir reto. E foi ótimo fazer esse caminho a pé, pois já começamos a curtir a cidade dali mesmo. Só não imaginávamos que o hotel ficava tão próximo da imponente Staubbach Falls, uma cachoeira com 297 metros de altura que impressiona pela beleza e magnitude.
Ali por perto, também encontramos o pequeno centrinho da vila e até um cemitério bem cuidado que, curiosamente, contribui para o charme do lugar. Em menos de uma hora, é possível explorar essa parte central da cidade. Um pouco mais adiante, à direita da cachoeira, descobrimos um cantinho bem tranquilo com um banco à beira do rio Weisse Lütschine — que corta o vale com suas águas cristalinas alimentadas pelo degelo das montanhas. Uma paisagem de paz que ficará para sempre na memória.
No primeiro dia, aproveitamos o clima ensolarado e saímos para explorar os arredores do chalé. Fomos almoçar no restaurante The Bell, conhecido por sua culinária suíça moderna com ingredientes locais. Foi lá que provamos, pela primeira vez, o tradicional Rösti — um prato típico feito com batata ralada e frita na manteiga. Escolhemos uma versão com queijo e bacon e… que delícia! O ambiente era acolhedor, o atendimento ótimo. Sem dúvidas, um lugar que recomendamos com carinho.
Depois do almoço, continuamos explorando os arredores. Optamos por não subir até a cachoeira — há trilhas entre as pedras que levam até lá em cima, mas preferimos não nos arriscar. Também avistamos os bondinhos que partem ali pertinho da estação de trem. A entrada é fácil de encontrar: basta sair da estação e seguir para o lado esquerdo, onde há uma portinha que leva à bilheteria.
No segundo dia, logo cedo, pegamos o trem rumo a Interlaken — nossa segunda opção de hospedagem na Suíça. E o dia começou com chuva. Tivemos que comprar capas no centrinho de Lauterbrunnen. Foi difícil encontrar uma, mas conseguimos por 3 francos suíços cada. Já o guarda-chuva no mercadinho custava em torno de 40 francos (quase R$ 300 em 2025!), então preferimos nos virar com as capas mesmo.
Interlaken foi uma grata surpresa. Uma cidade maior, vibrante, cheia de movimento e com muito mais opções do que imaginávamos. Assim que chegamos, avistamos o grande supermercado Coop, mas nem conseguimos entrar, de tanto que havia pra ver pela cidade.
Seguimos caminhando até uma praça encantadora, onde havia um lago com peixes e uma área com banheiros públicos e bicas de água potável — algo tão raro no Brasil, mas tão comum (e prático) por lá. Fomos conhecendo lojas, atravessamos a charmosa ponte da rua Marktgasse, que passa sobre o rio Aare, e presenciamos cenas curiosas: No lago, um cachorro se desentendeu com alguns cisnes... cenas que só a Suíça nos proporciona!
Andamos muito por Interlaken, tanto que nem sentimos o tempo passar. Quase na hora de voltar, paramos no Food Point Kebap para um lanche rápido e saudável. Estava ótimo! E como a chuva insistia em cair, voltamos para Lauterbrunnen com as roupas bem molhadas. As roupas de frio que levamos não eram impermeáveis e, como demoramos a achar as capas, já estávamos encharcados.
Eu já tinha comentado com a dona do chalé sobre o café da manhã, perguntando a que horas seria servido e se haveria a possibilidade de levarmos alguma coisa, já que sairíamos bem cedo e não conseguiríamos tomar café ali. Ela foi super atenciosa e disse que deixaria tudo prontinho pra gente levar.
Aproveitei a conversa e também perguntei sobre o toalheiro térmico, porque eu ligava, mas não parecia estar funcionando. Ela explicou que era preciso ativá-lo em outro ponto da casa e, com muita gentileza, ainda se ofereceu para nos emprestar um ferro de passar. Como já estava tarde e eu já estava deitada, preferi não incomodar e acabei não aceitando.
No dia seguinte, como combinado, o café da manhã estava nos esperando. Tudo muito bem arrumado, numa sacolinha preparada com cuidado. Ela havia perguntado na véspera o que gostaríamos de levar — e, como tudo o que foi combinado, estava ali, exatamente como pedimos. Foi uma surpresa muito boa!
Agradeço de coração pela atenção, carinho e gentileza com que fomos recebidos. Esses gestos fazem toda a diferença numa viagem — e é por isso que faço questão de recomendar o Chalet Rosa com tanto entusiasmo.
Aliás, o café da manhã do Chalet Rosa foi uma das coisas que mais gostamos. Muito bem preparado, com várias opções saudáveis: iogurtes, frutas, cereais... tudo fresquinho e saboroso. E o quarto? Super aconchegante. Não sentimos aquele frio intenso que imaginávamos da Suíça — pelo contrário, estava tudo muito bem aquecido e acolhedor.
Mesmo com a chuva, foi uma experiência linda. Se tivéssemos mais tempo, certamente exploraríamos ainda mais a região. Mas, como o plano era passar apenas dois dias na Suíça, não conseguimos fazer tudo o que queríamos. Ainda assim, vivemos momentos inesquecíveis em Lauterbrunnen e Interlaken.
Agora te convido a seguir comigo para os próximos capítulos, saindo da Suíça e seguindo rumo à Itália. Em breve conto tudo sobre nossa passagem por Bellagio, Milão, Roma e as praias inesquecíveis da Sardenha — onde ficamos em Alghero e Cagliari.